quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Jornada de Estudos para o Evangelizador. Realizada em 2007 na SEBP.

ESTUDOS DA EVANGELIZAÇÃO 2007

O CENTRO ESPÍRITA[1]

Entre os anos de 1975 e 1980, o Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, reunindo as Entidades Federativas de todos os Estados do Brasil a fim de estudar a adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades, elaborou os textos que vêm orientando as atividades dessa unidade fundamental do Movimento Espírita.

Dentre estes, destacamos os que se seguem, os quais nos ajudam a compreender a amplitude e a diretriz dos trabalhos que competem ao Centro Espírita realizar, assim como os seus objetivos:

O que são os Centros Espíritas:

• são núcleos de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho praticados dentro dos princípios espíritas;

• são escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita;

• são postos de atendimento fraternal para todos os que os procuram com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação;

• são oficinas de trabalho que proporcionam aos seus freqüentadores oportunidades de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades;

• são casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo;

• são recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus freqüentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “amai-vos uns aos outros”;

• são núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores;

• são as unidades fundamentais do Movimento Espírita.

Objetivo dos Centros Espíritas:

Os Centros Espíritas têm por objetivo promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, atendendo às pessoas que:

• buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais;

• querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita;

• querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer área de ação que a prática espírita oferece.

Com estas orientações, todos nós temos condições de colaborar eficazmente na difusão da Doutrina Espírita e na construção de um mundo de paz e progresso que o conhecimento do Evangelho nos proporciona.

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EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA INFANTO-JUVENIL[2]

CONCEITO

A denominação de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil se dá à transmissão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus que foi apontado pelos Espíritos superiores, como modelo de perfeição para toda a Humanidade. (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Q. 625).

O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos. Os conhecimentos são levados aos alunos por meio de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias.

OBJETIVOS DA EVANGELIZAÇÃO

Promover a integração do evangelizando:consigo mesmo, com o próximo e com Deus. Proporcionar ao evangelizando o estudo: da lei natural que rege o Universo; da “natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas relações com o mundo corporal”. Oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como: homem integral, crítico, consciente, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível.

Qual a importância da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil na formação da Sociedade do Terceiro Milênio?

Considerando-se, naturalmente, a criança como o porvir acenando-nos agora, e o jovem como o adulto de amanhã, não podemos, sem graves comprometimentos espirituais, sonegar-lhes a educação, às luzes do Evangelho de Jesus Cristo.

Como os Espíritos situam, no conjunto das atividades da Instituição Espírita, a tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

É forçoso reconhecer que Espiritismo sem aprimoramento moral, sem evangelização do homem é como um templo sem luz.

O Centro Espírita, consciente de sua missão, deve envidar todos os esforços, não só para a criação das Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil como para o seu pleno funcionamento.

Sem esquecer a sua importância em termos de formação moral das novas gerações e de preparação de futuros obreiros da Casa e do Movimento Espírita

Educar,por tanto, numa atmosfera de responsabilidade, de respeito à vida, de fé em Deus, de consideração e amor aos semelhantes, de valorização das oportunidades recebidas, de trabalho construtivo e de integração consigo mesmo, com o próximo e com Deus.

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O EVANGELIZADOR ESPÍRITA[3]

Quem é?

Quais suas responsabilidades?

Como é visto pelos Espíritos Superiores?

Visão dos espíritos

Conquanto os indivíduos disponham de livre-arbítrio para debandar ou desertar, esquecer ou adiar compromissos assumidos com a Vida, anotamos, com júbilos imensos, a excelente caravana de lidadores da Evangelização Espírita, e corações voltados para um melhor desempenho coesos no interesse de sempre produzir o máximo pela dedicação de todos os dias.

São companheiros jovens ou adultos, de ambos os sexos, idealistas, conscientizados cada vez mais de que a obra não nos pertence, mas sim ao Mestre Amado que, por misericórdia, utiliza a todos por instrumentos de iluminação do mundo.

É notório que a especialidade da tarefa não se compraz com improvisações descabidas, razão pela qual os servidores integrados na evangelização devem buscar, continuamente, a atualização de conteúdos e procedimentos didático-pedagógicos(...)

Quais seriam as condições essenciais para que alguém possa desempenhar a tarefa da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil?

Nas bases de todo programa educativo o amor é a pedra angular favorecendo o entusiasmo e a dedicação,a especialização e o interesse, o devotamento e a continuidade, a disciplina e a renovação, uma vez que no trato com a criança e o jovem o esforço renovador pela evangelização jamais prescindirá da força da exemplificação para quem ensina.

É justo, pois que o evangelizador deva estudar e rever, quanto possível, todos os ensinos da Verdade granjeando meios de descortinar caminhos de libertação espiritual para quantos se lhe abeirem do coração dadivoso.

Mensagem de Guillon Ribeiro ( Espírito)

Que jamais se descuidem do aprimoramento pedagógico, ampliando, sempre que possível, suas aptidões didáticas para que não se estiolem sementes promissoras ante o solo propício, pela inadequação de métodos e técnicas de ensino, pela insipiência de conteúdos, pela ineficácia de um planejamento inoportuno e inadequado.

Todo trabalho rende mais em mãos realmente habilitadas.

Que não estacionem nas experiências alcançadas, mas que aspirem sempre a mais, buscando livros, renovando pesquisas, permutando idéias, ativando-se em treinamentos, mobilizando cursos, promovendo encontros, realizando seminários, nesta dinâmica admirável quão permanente dos que se dedicam instruir e de educar.

É bom que se diga, o evangelizador consciente jamais se julga pronto, acabado, sem mais o que aprender, refazer, conhecer... Avança com o tempo,vê sempre degraus acima a serem galgados, na experiência e no conhecimento. Joana de Ângelis

Na aplicação dos métodos e na escolha das matérias é importante considerar as qualidades do Evangelizador, sejam de natureza intelectual ou emocional e psicológica, como de caráter afetivo ou sentimental.

O ESPÍRITO ÁUREO FALA SOBRE O 1º DECÊNIO DA CAMPANHA PERMANENTE DE EVANGELIZAÇÃO
O que se poderia dizer aos evangelizadores que, apesar de todos os esforços empreendidos, não conseguem observar resultados no trabalho de evangelização de algumas crianças e moços?

Áureo: “Que recordem a Parábola do Semeador e jamais desanimem. Algumas sementes podem cair sobre pedras ou entre os espinheiros; mas sempre haverá as que se abrigarão em boa terra. Que, os semeadores não cessem de semear, nem desanimem.

O nosso trabalho é plantar, a germinação e a frutescência pertencem a Deus.”

Quem é?

Em relação ao educando –

É o responsável pela formação da inteligência e da personalidade dos alunos.

“Salvar é educar.Jesus é o mestre e veio promover a educação do espírito.” Vinícius

Em relação às responsabilidades sociais

A sua influência se estende através das gerações,prestando relevante serviço à sociedade,além dos limites da vida material.

Em sua função didática –

Dirigir a aprendizagem do utilizando métodos e técnicas ativos que permitam a aquisição e elaboração de conhecimentos,habilidades atitudes e ideais.

Na função orientadora –

Deve saber criar um clima de confiança e empatia ,tolerância que facilite o relacionamento entre educando,família e sociedade.

Mensagem de Francisco Thiesen aos 20 anos da Campanha Permanente de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil

Que mensagem daria aos Evangelizadores no sentido de estimula - los a permanecerem na tarefa com o mesmo entusiasmo das primeiras horas e na certeza de estarem contribuindo para a obra de redenção da Humanidade?
Não é o acaso que vos reúne no campo da ação espírita-cristã. Tendes compromisso com o pensamento de Jesus, que adulterastes anteriormente e que aplicastes em favor de interesses mesquinhos quão perturbadores.

Não desanimeis! Jesus vela por vós e os Seus Mensageiros vos acompanham, inspirando-vos e conduzindo-vos pela estrada nobre do dever.

Não vos importem as dificuldades momentâneas que fazem parte do programa da ascensão. Pensai no amanhã e preparai-o através das estrelas que puderdes deixar pelos caminhos percorridos, a fim de que aqueles que venham depois encontrem luz apontando-lhes rumos de segurança.

Assumistes compromissos superiores com os Mensageiros do Mundo Maior, e por isso fostes convocados à tarefa enriquecedora da Evangelização da criança e do jovem, trabalhando-os para Jesus.

Não vos surpreendais com o desafio, nem o abandoneis a qualquer pretexto. Hoje é a oportunidade ditosa para depositardes, será o dia venturoso de colherdes os frutos da paz.

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TÉCNICA E SENTIMENTO[4]

Desde os primeiros passos dados na árdua tarefa da evangelização espírita da infância e da juventude, que se discute a temática da técnica e do sentimento. Muitos esclarecimentos têm sido feitos no sentido de demonstrar que o emprego de tecnologia adequada ao entendimento das diferentes faixas etárias em nada invalida os sentimentos dos quais deve estar possuído o evangelizador espírita. E tanto isso é verdade que, em todos os cursos de preparação de evangelizadores, encontros, seminários e outras atividades de conjunto, é enfatizada a necessidade de desenvolver o amor como “o eterno fundamento da educação”, conforme se expressou muito bem o insigne Pestalozzi.

Acreditamos que nenhum evangelizador até hoje se tenha equivocado quanto à predominância do sentimento de amor sobre o emprego das técnicas educacionais. O amor é condição sem a qual não se é possível promover a evangelização espírita das novas gerações. Aliás, o fato em si, de alguém dedicar suas horas de descanso num trabalho não remunerado, feito no anonimato e sem outra gratificação que não seja o prazer de servir, comprova, sem sombra de dúvida, o que afirmamos. É por amor à criança e ao jovem que alguém se torna evangelizador. Que outro motivo teria? Amor à técnica? Absurdo!

Todavia, ao tornar-se evangelizador por ideal, por entender o alcance dessa tarefa, procura os recursos necessários a um bom desempenho. Em primeiro lugar estuda a Doutrina Espírita e o Evangelho, pré-requisitos à tarefa que pretende realizar. E no correr do tempo vai-se apropriando, através de cursos e encontros, da tecnologia necessária ao aprimoramento do seu trabalho. E assim tem acontecido ao longo de mais de meio século de esforços em torno da evangelização espírita infanto-juvenil.

A única exigência, em termos de conhecimento, que se deve fazer em relação ao preparo daquele que se propõe evangelizar, é a do domínio prévio do Espiritismo. Quem não tiver esse domínio não está em condições de atender aos objetivos da tarefa, ainda que possuidor de grande boa vontade.

Não se pode dizer, por isso, que essa exigência é uma forma de elitismo, mas antes uma maneira de assegurar o atingimento dos objetivos propostos para a evangelização espírita das novas gerações.

A falsa concepção de que o candidato a evangelizador, tendo boa vontade, dispensa os conhecimentos doutrinários tem causado muitos prejuízos à eficiência do trabalho.

Além do mais, a boa vontade se manifesta exatamente no esforço que o candidato faz para adquirir os conhecimentos que são indispensáveis ao seu ministério. Boa vontade de aprender, de se aprimorar, de enriquecer seus recursos pessoais (intelectuais e afetivos), esta, sim, seria uma qualidade básica para outras aquisições fundamentais à tarefa de evangelizar.

Em segundo plano vem a tecnologia aplicável às experiências de aprendizagem que são organizadas para evangelizandos de diversas faixas etárias ou, em outras palavras, as técnicas empregadas no desenvolvimento das aulas.

Negar ou menosprezar a importância de uma tecnologia adequada às exigências do mundo atual é desconhecer os problemas que evangelizadores e educadores de modo geral encontram em sala de aula. O educando, que convive fora da escola com os mais sofisticados processos de comunicação, não pode achar encanto numa classe na qual o educador usa métodos e processos de ensino totalmente incompatíveis com o progresso atual em todos os campos do conhecimento. Um mínimo de capacitação em técnicas de ensino e em recursos didáticos é necessário ao evangelizador, ao educador, para que a mensagem que pretende transmitir, as informações que deseja oferecer aos alunos possam a estes chegar de maneira agradável, participativa, dinâmica e eficiente.

Cumpre acrescentar que os requisitos mínimos para o desempenho da tarefa de evangelizar não são exigências dos dirigentes espíritas, mas do próprio trabalho, da clientela que freqüenta as aulas de evangelização espírita e de suas necessidades e expectativas. Não se pode negar o que é evidente por si mesmo: as crianças e os adolescentes não aceitam mais processos obsoletos de ensino-aprendizagem. E o próprio evangelizador, não obtendo resultados positivos no seu trabalho por não ter condições de despertar o interesse e a atenção dos evangelizandos, não se sente gratificado nem estimulado a prosseguir. Esse fato se observa freqüentemente entre aqueles que se dedicam a esse ministério.

Reforçando as opiniões e considerações já emitidas, frutos da vivência de anos no campo da evangelização espírita infanto-juvenil, repetimos que o aprimoramento do evangelizador, do educador espírita, não é condição imposta por dirigentes de Centros Espíritas ou de órgãos de unificação do Movimento Espírita, mas, sim, decorrência natural da própria tarefa.

Quem exige, em última análise, são os evangelizandos, que demonstram essa exigência através do maior ou menor interesse manifestado pelas aulas que lhes são ministradas.

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ATRIBUIÇÕES DOS EVANGELIZADORES:[5]

¨ estudar a Doutrina Espírita;

¨ desenvolver o plano de trabalho elaborado para o ano;

¨ comparecer ao trabalho com assiduidade e pontualidade, sendo um referencial de comportamento responsável;

¨ comunicar, com antecedência, os seus impedimentos;

¨ participar dos Cursos Intensivos de Preparação ou Atualização; dos Encontros e Seminários, sendo flexíveis e receptivos à aquisição de novos conhecimentos;

¨ manter em dia o registro de freqüência de sua classe;

¨ participar ativamente das reuniões de pais e evangelizadores;

¨ interessar-se por todas as atividades do Departamento, delas participando;

¨ acompanhar os alunos às festividades ou aos passeios coletivos programados pelo DIJ da Casa;

¨ estimular e apoiar os jovens na participação das atividades doutrinárias, assistenciais e outras da Casa Espírita, no intuito de integrá-los à mesma;

¨ comparecer às reuniões programadas pelo Diretor de Departamento e nelas atuar com entusiasmo;

¨ avaliar-se constantemente, considerando o seu papel de mediador do conhecimento.

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A EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA E OS SERVIÇOS ASSISTENCIAIS[6]

Cecília Rocha

O trabalho de evangelização es­pírita junto ao menor socialmente ca­rente tende a se confundir com a as­sistência material, no que concerne à distribuição de alimentos, roupas e agasalhos indispensáveis ao bem es­tar físico dessas crianças e adolescen­tes, multi-carenciados.

Levados pelos seus mentores espirituais esses menores nem sabem o que procuram nem o de que, real­mente, necessitam, quando batem à porta da instituição espírita. Sentem fome e passam frio, ou estão suados e sedentos, buscando todos a sa­tisfação de suas necessidades imediatas de sobrevivência. Seus interesses, conforme a situação em que se encontram, não vão além da busca do alimento. A fome leva-os a se concentrarem totalmente na pro­cura do pão pois, que nesta contin­gência, tudo o mais lhes parece se­cundário.

Sob os rigores de climas frios ou sob o sol escaldante das regiões quentes, chegam eles aos nossos redutos de trabalho cristão espe­rançosos, certos de obter o socor­ro urgente de que carecem.

Entretanto, como soe aconte­cer nos arrais espíritas, são poucos os trabalhadores dispostos ao tra­balho e enormes as necessidades da­queles que chegam às casas espíritas em busca de auxílio, os mais diver­sos.

Em vista desse fato, os compa­nheiros incumbidos da tarefa de evangelizar ficam sobrecarregados de trabalho entre as providências de or­dem material socorrista e a organiza­ção das tarefas que visam a levar os ensinos evangélicos, à luz do Espiri­tismo, a esses menores, carentes não somente de pão material, mas sobre­tudo do espiritual pois que, na base de qualquer tipo de carência situam-se as de ordem espiritual.

A ação evangelizadora não visa tão somente à criança necessitada de bens materiais, mas a todas as crian­ças e adolescentes que desabrocham para a vida física necessitados da orientação evangélica, na ótica da Dou­trina Espírita.

Não obstante a consciência de que todo o momento é o momento de evangelizar, há todo um programa es­pecífico para esse trabalho na qual estão expressos os objetivos, os conteúdos evangélicos e espíritas com uma metodologia própria para a faixa etária a qual é destinado.

A evangelização da criança socialmente carente acrescenta um desafio assistencial à atividade pedagógica.

Fornecer às crianças lanche, ape­trechos de higiene, atividades recrea­tivas etc, não substitui a evangeliza­ção propriamente dita, embora lhe sejam parte integrante. É preciso en­sinar-lhes as sublimes lições do Evan­gelho, interpretadas à luz do Espiritis­mo, metódica e gradativamente para que removam, para sempre, os moti­vos pelos quais sofrem.

É necessário descortinar-lhes novos horizontes. É mister penetrar­lhes o interior, ai depositando os ger­mes da verdadeira sabedoria que se fundamenta nas singelas lições de Jesus.

Para isso, cumpre-nos organizar esses momentos nos quais serão ana­lisados temas da maior importância para todos nós, jovens e adultos, que estamos percorrendo os caminhos da experiência física.

A tarefa de evangelizar que pre­vê uma estrutura escolar, com Currí­culo de Ensino próprio, controle de freqüência, experiências de aprendi­zagens, situações provocadas de aprendizagem, de vivências e de seriação que prevê as faixas etárias de infância e adolescência, não pode estar contida dentro da tarefa assistencial. Essas duas tarefas po­dem correr juntas, mas não podem substituir uma a outra. Uma socorre o corpo, casa do Espírito, e a outra socorre o Espírito dono da casa.

É preciso evitar a simplificação reducionista que mutila o aspecto doutrinário em nome da adequação pedagógica à criança socialmente carente.

Alguns companheiros de Doutri­na Espírita, examinando, talvez de maneira superficial, a problemática das crianças carentes, julgam-nas in­capazes de compreenderem o Espiri­tismo, restringindo suas aulas a con­teúdos de boas maneiras, ou de higie­ne corporal, sem entrar nas causas profundas de seus sofrimentos o que fariam se lhes repassassem noções de livre-arbítrio e lei de causa e efeito, noções de reencarnação e de Justiça Divina, capazes de lhes oferecerem explicações preciosas, aplacando-lhes a revolta e reforçando-lhes o desejo de superarem-se.

Negar os ensinamentos do Espi­ritismo e do Evangelho aos necessi­tados ou carentes é pior do que ne­gar-lhes o pão e a sopa, pois, se a fome de alimento constitui-lhes um grande flagelo, a da alma lhes paralisa o pro­gresso, embotando-lhes os sentidos e a inteligência.

É natural que nos sensibilizemos ante a criança com fome e frio, perambulando aparentemente sem destino e sem esperanças. Mais na­tural, ainda, corrermos ao seu encon­tro, oferecendo-lhe, além do nosso carinho, o pão e o agasalho. Isso é muito, mas não é tudo. As razões, as causas dos seus sofrimentos, que o Espiritismo esclarece, fortalecem-lhes a coragem e a disposição de prosseguir, ao mesmo tempo em que levam­-na a compreender a Justiça Divina, o que é fundamental para o seu equilí­brio psíquico.

Seguindo essa linha de pensamen­to, fazemos nossas as palavras conti­das no Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita: "Sendo o Es­piritismo a revivescência do Cristia­nismo, [Cristianismo do Cristo], nada mais natural que ele tenha no seu in­terior uma dimensão essencialmente educativa, uma proposta de educação moral voltada para a formação do homem cristão, do homem de bem."

Fica, pelo exposto, evidenciada a necessidade de a evangelização espí­rita ter seu espaço próprio, sua pro­gramação curricular, sua metodologia, adequada à faixa etária dos partici­pantes, e, ainda, uma organização re­comendável e necessária a toda e qualquer atividade produtiva.

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UNIÃO E TRABALHO[7]

Aylton Paiva

Allan Kardec estabeleceu uma divisa para as suas ações e, por via de conseqüência, para os espíritas e para o Movimento Espírita: Trabalho, solidariedade, tolerância.

Portanto, o espírita em suas ações no Movimento Espírita precisa agir através da força do trabalho, estar junto com os outros companheiros de ação pelos elos da solidariedade, e, compreendendo as próprias dificuldades e limitações, exercitar a tolerância relativamente às naturais e possíveis divergências, geradas pela singularidade de cada personalidade, decorrente do grau evolutivo intelectual, sentimental e emocional em que se situa.

A ação no Movimento Espírita não deve ser personalística, ou seja, a pessoa agir como se se bastasse a si mesma, ou integrar-se a um grupo em que se julga superior aos demais companheiros.

A necessidade da interação entre os espíritas e os centros espíritas já nos era demonstrada por Allan Kardec nos primórdios do Espiritismo.

Ele não se isolava permanentemente em seu escritório para escrever ou se ilhava em um grupo de médiuns, por não suportar as diferenças, indiferenças e incompreensões das pessoas com quem conviveu. Desde o início do trabalho de divulgação do Espiritismo, preocupava-se com a união dos espíritas, o seu esclarecimento e a necessidade da interação e do intercâmbio entre eles e os grupos que se formavam.

Kardec dá o exemplo, pois ao lado do grave e importante trabalho da organização, sistematização e codificação da Doutrina Espírita realiza várias viagens aos núcleos espíritas nascentes. Na oportunidade, presta esclarecimentos e apoio, constata a realidade e as necessidades desses primeiros agrupamentos espíritas e, ainda, os estimula a se visitarem para trocar experiências.

Como nos lembra Nestor João Masotti, atual presidente da Federação Espírita Brasileira e secretário- geral do Conselho Espírita Internacional:

“– O Codificador estabeleceu, desta maneira, já nas primeiras atividades do Movimento Espírita, procedimento semelhante ao dos primeiros apóstolos do Cristianismo nascente que, em clima de fraternidade, trocavam experiências e informações, por meio de visitas e cartas, fortalecendo os laços de união no desempenho das tarefas de difusão e prática do

Evangelho. O Livro dos Médiuns eObras Póstumas contêm observações preciosas que dizem respeito à Unificação, que inspiraram os pioneiros do Movimento Espírita brasileiro a desenvolver atividades, com o objetivo de unir a família espírita”. (“Espiritismo, no 3o Milênio” – Anais do 11o Congresso Estadual de Espiritismo realizado pela USE/SP, em Bauru, no período de 28 de abril a 1o de maio de 2000.)

Recordemos, também, em alguns trechos, as palavras de Bezerra de Menezes, pela psicografia do médium missionário Francisco Cândido Xavier:

“O serviço da unificação em nossas fileiras é urgente, mas não apressado [...] porquanto não nos compete violentar consciência alguma.

[...] Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum desapreço a quem quer que seja. [...]

Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar”. (Mensagem “Unificação”, recebida em 20/4/1963, e publicada na obra Bezerra de Menezes – Ontem e Hoje,cap. “Unificação”, p. 83-86.)

Posteriormente ele vem alertar:

“[...] Avancemos unidos. O ideal de unificação vem do mundo espiritual para a Terra. Se não formos capazes de discutir as nossas dificuldades idealísticas em clima de paz, de fraternidade, de respeito mútuo, de dignificação dos indivíduos e das Instituições, que mensagem podemos oferecer ao mundo e às criaturas estúrdias deste momento?! [...]” (Reformador, janeiro de 1997, p. 12-13.)

Unificação não é uniformização, mas união e fundamentação nas obras da Codificação de Allan Kardec.

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DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO

Márcia Campos

Sabemos que o desenvolvimento de uma criança depende de vários fatores interligados, tentarei mostrar como se dá o desenvolvimento psicológico de uma criança, para isso começarei desde o nascimento até mais ou menos os dez anos de idade. Lembrando, que o desenvolvimento neuropsicomotor inicia-se na idade intra-uterina e vai até a idade adulta.

Para que esse desenvolvimento ocorra a contento precisamos de uma figura muito importante, a qual Winnicott denomina de uma mãe suficientemente boa, é ela que proverá tanto o crescimento físico quanto psicológico da criança. Aqui não estaremos falando somente da mãe biológica, mas daquela ou daquele que irá acompanhar o desenvolvimento de um bebê desde seu nascimento dando-lhe condições físicas e emocionais para um bom desenvolvimento.

Na psicanálise, encontramos algumas teorias sobre o desenvolvimento psicológico, começarei por Freud que divide em fases esse desenvolvimento.

1) Fase Oral (0 a 2): nesta fase a boca é a zona erógena, é através dela que o bebê tem o primeiro contato com o mundo externo, seu primeiro objeto de ódio e amor seria o seio da mãe.

O prazer oral é uma modalidade que se estabelece anacliticamente ao prazer alimentar, mas que dele se separa; esse vínculo constituirá a base das futuras ligações afetivas, é a capacidade de formar um vínculo de prazer em si que pode permitir a formação da afetividade, isso ocorre pela simbiose mãe-bebê até os seis meses.

O objetivo da fase oral é a formação da segurança e confiança básica.

K. Abrahan propõem duas etapas do desenvolvimento da libido na fase oral:

1º) Precede a dentição – etapa oral de sucção ou passiva-receptiva: a criança vive seu mundo interno de fantasia (narcisismo secundário), caso essa etapa não for satisfatória para a criança ela poderá desenvolver mais tarde uma psicose (esquizofrenia).

2º) Etapa sádico-canibal ou ativa-incorporativa: que inicia com a eclosão dos dentes (6 meses), eles passam a ser um meio ativo de relação com o mundo, sendo a primeira concretização de sua capacidade destruitiva. Se a fase não for gratificante para o bebê a agressividade será dominante e no adulto pode ocorrer o transtorno bipolar.

2) Fase Anal (2 a 3 anos): o investimento libidinal está voltada para o controle dos esfíncteres, tendo o estabelecimento das primeiras relações de trocas com o mundo. A principal tarefa desta fase é adquirir autonomia e organização, é através dessa autonomia que a criança desenvolve a oposição (quando ela começa a negar as coisas).

Nessa fase ocorre o incremento do controle motor e da linguagem na criança, e a formação do superego. Essa fase pode ser dividida em etapas:

1º) Etapa de expulsão: quando a criança começa a ter noção desse processo de expulsão de seus produtos, se esta etapa não for satisfatória (produtos não aceitos), ela pode ter um desenvolvimento de características paranóicas ou sadismo.

2º) Etapa de retenção: a criança é capaz de reter seus produtos, se a relacão não for gratificante, levando o indivíduo ao desenvolvimento do masoquismo, onde a criança sente prazer em reter os produtos por ela produzidos para agradar seu objeto de amor.

3) Fase Fálica (3 a 5 anos): o investimento libidinal é nos genitais, essa fase é caracterizada pelo Complexo de Édipo e o Complexo de castração, que se dá de maneira diferente entre meninos e meninas.

No Complexo de Édipo existe a fantasia nos meninos de ser o namorado da mãe, o que vai lhe causar uma perturbação com relação aos sentimentos que ele sente pelo pai, que será de amor e ao mesmo tempo de ódio a esse, fazendo com que a criança sinta o pai como rival, com o qual tem de disputar o amor e a atenção da mãe. E assim, acontece o inverso com as meninas em relação aos pais.

No Complexo da Castração inicialmente, para meninos e meninas todos têm pênis, num segundo momento o menino tem a ameaça verbal da castração e a menina passa a Ter inveja do falo ( que representa poder); num terceiro momento o menino passa pela ameaça real quando percebe que outros adultos não têm pênis e a menina percebe que a mãe também é castrada e desenvolve por isso sentimentos hostis em relação a mãe.

A fase fálica termina com a criança reprimindo esse amor pois sabe que não poderá vencer a seu pai, no caso dos meninos, ou a sua mãe, no caso das meninas. Com a repressão há a sublimação do desejo à mãe, e a identificação com o pai, o que será útil para reforçar o superego, nos meninos e o contrário com as meninas identificação com a mãe e sublimação em relação aos sentimentos com o pai. Mas o que fica é o modelo de um amor heterossexual e será posteriormente retomado na adolescência.

As três tarefas básicas dessa fase são: identificação de gênero, modelo de relação homem e mulher e o nascimento efetivo do superego (pela repressão), pode ocorrer problemas como o sujeito se tornar neurótico, ou seja, que busca prazer em determinadas coisas.

4) Período de Latência (5 aos 10): caracteriza-se por uma aparente interrupção do desenvolvimento sexual. Onde a energia libidinal é canalizada para outras atividades, como a intelectual e a socialização, também há o fortalecimento do ego, o qual se torna melhor equipado para lidar com os impulsos e principalmente com o mundo externo.

Nos jogos e na maioria de suas atividades espontâneas, emprega rituais mágicos e estritas regras auto administradas, como forma de conservar o domínio sobre os impulsos, e ajudar a cristalização do superego. Nesse período a criança abando seu lado facista e transforma-se em democrata, formando a idéia de justiça social.

Na escola a professora representa a mãe e o pai internalizados, e começa a difícil tarefa da criança de ajustar-se as outras pessoas, buscando seu lugar na sociedade, seja com os colegas ou companheiros de brincadeiras, desenvolvendo assim um conceito de si mesma. Nessa luta o grupo serve também para o controle da ambivalência: os membros manifestam todo o seu amor para os companheiros e exteriorizam seu ódio e agressividade para os membros de outros grupos.

Se os conflitos anteriores não encontram o caminho para solução, o período de latência passa a ser turbulento: a criança é irritada, agressiva, exibicionista, masturbadora e dada a excessiva curiosidade sexual, ou então, por defesa, tem mau aproveitamento escolar ou manifestações fracamente neuróticas como pavor noturno, dificuldades alimentares, etc.

Segundo Margaret S. Mahler por volta do quarto a quinto mês de idade começa o processo de separação-individuação, esse processo é dividido em subfases.

a) Subfase de Diferenciacão: é o auge da exploração manual, tátil e visual do rosto da mãe, assim como das partes cobertas e descobertas do corpo desta: é quando a criança começa a Ter consciência da delimitação do corpo da mãe e o seu.

b) Subfase de Treinamento: período em que a criança se afasta da mãe fisicamente, num primeiro momento engatinhando e depois com a locomoção livre. Nesse momento a mãe tem que estar disponível para as demandas do bebê, pois é nela que ele vai buscar um reabastecimento, ou seja, quando ele procura a mãe para sua segurança emocional, tendo a aprovação dela para suas experiências e descobertas.

Em virtude do bebê estar voltado para as suas novas aquisições, como o andar, ele atinge o auge de seu narcisismo.

c) Subfase de Reaproximação: a criança tem comportamentos de perseguição à mãe e de fuga dela, isso indica tanto seu desejo de se reunir ao objeto de amor quanto seu medo de ser reincorporado por essa mãe. Também nessa estágio ocorre uma diferenciação entre a representação intrapsíquica do objeto e a representação do eu.

O medo da criança, em perder o amor do objeto, torna-se mais evidente , pois ao mesmo tempo que procura sua liberdade na exploração do mundo requisita a atenção da mãe em vários momentos.

O delírio de sua própria grandeza, deve ser gradual e dolorosamente abandonado, freqüentemente por brigas dramáticas com a mãe. Essa é a encruzilhada que chamamos crise de reaproximação.

Se houver um processo saudável de imitação e identificação com a mãe, então a internalização de relacionamento mãe bebê consegue progredir até o ponto, no tempo certo, a comunicação verbal se instala. Há também a identificação com outras crianças e os jogos de esconde-esconde passivos são utilizados pela mãe, como esconder um brinquedo da criança e em seguida mostrá-lo novamente.

Junto com esse importante desenvolvimento ocorre o aparecimento da raiva específica, dirigida a um objeto, da agressão se o fim desejado definitivamente não pode ser atingido.

Levemos em consideração o fato de que tal desenvolvimento ocorre em meio a fase anal. Com suas características de ganância , ciúme e inveja.

Em conseqüência do distanciamento da mãe e do bebê ocorre a primeira inclusão social com a figura do pai. Esse distanciamento físico em relação a mãe torna-se cada vez mais prolongados entre os 16 a 17 meses.

Entre os 18 a 21 meses ocorre o mecanismo de clivagem da mãe boa e da mãe má.

d) Subfase da Consolidação da Individualização e Início da Construção do Objeto Emocional: há uma ampla estruturalização do ego e sinais claros de um internalização de exigências parentais indicando a formação precoce do superego.

A internalização positiva da mãe leva a constância do objeto, isso implica também na unificação da mãe boa e da mãe má numa única representação total. Determinantes prévios essenciais são a confiança e a segurança através da ocorrência regular do alívio da tensão de necessidades, a aquisição cognitiva da representação simbólica interna do objeto permanente, no caso o objeto de amor, leva a criança a ser capaz de aceitar o afastamento da mãe.

Conceitos como mais tarde, amanhã, são não apenas entendidos como também utilizados, devida a experiência de afastamento da mãe. Outro fato é a resistência ativa às exigências dos adultos, uma grande necessidade e um desejo de autonomia.

Esse estágio se caracteriza pelo desabrochamento das funções cognitivas complexas: comunicação verbal, fantasia e teste de realidade, diferenciação rápida do ego aos 20 a 22 meses até os 30 a 36 meses.

Para Winnicott o desenvolvimento é o passar do “não existir para o existir, é o passar da ilusão para o real, isso é, o bebê passa da dependência absoluta em que a criança não é capaz de reconhecer o cuidado materno nem a mãe como objeto; para uma dependência relativa quando o objeto é reconhecido e os fracassos ambientais começam a ser percebidos. Segundo ele, as patologias são da fase de dependência absoluta, pois a mãe não foi suficientemente boa, já comentado anteriormente, logo o bebê entra em colapso podendo ocorrer os seguintes problemas: esquizofrenia infantil, altismo, psicose.

Algumas Teorias Winnicottianas:

1) Objeto Transicional: quando a mãe apresenta um objeto para a criança, o qual vai substituí-la simbolicamente quando a mãe não está próxima de seu bebê, proporcionando-lhe a mesma segurança que ela sente com a mãe. Esse objeto recebe tanto o afeto quanto a hostilidade do bebê, não é algo exterior, nem interior a criança, é a primeira posessão não-eu.

Para que a relação com o objeto transicional se constitua e se mantenha, é preciso tanto a presença real e concreta da mãe como uma representação interna dela ou do vínculo com a mãe esteja firmemente estabelecido no seu interior. Quando o objeto não serve para o reconhecimento do afastamento da mãe e sim para negar esse distanciamento ocorrerá sérias dificuldades, como um sentimento de inferioridade, desprezando a si mesmo e daquele que já não necessita, demonstrando uma auto-suficiência vingativa, isso produz uma intensa angústia que lhe levará a culpa e ao medo, também o sentimento de solidão disfarçado sob a aparência de independência .

2) Espaço Transicional: quando a criança começa a perceber a realidade e começa a se desiludir com o ambiente facilitador, ao mesmo tempo em que a mãe deixa uma brecha entre ela e o bebê, formando um espaço entre ambos. Esse espaço é habitado pelos fenômenos e objetos transicionais.

3) Ambiente Facilitador: nos primeiros momentos esse espaço é proporcionado pela mãe, logo após pelo restante da família ( pai, avôs, irmãos).

Processo de Integração são três mecanismos que se integram entre si:

Integração: significa a reunião dos componentes psíquicos e somáticos das experiências emocionais. Essa integração é sustentada pela mãe.

Personalização: as funções de incorporação e expulsão adquirem sentido, e a criança reconhece uma realidade psíquica própria. O êxito da personalização resultará na boa coordenação psicomotora, diminuindo risco das doenças psicossomáticas, além de ser a fonte de uma relação com os objetos.

A relação com o objeto: é função materna a possibilidade da noção de onipotência que corresponde a criação em que a fantasia e a realidade se corresponde, permitindo a instauração de uma relação adequada com a realidade.

Vimos três autores que de certa forma se completa, Freud nos dá uma visão mais fisiológica do desenvolvimento, Margareth Mahler já nos mostra o quanto é importante a figura da mãe no desenvolvimento físico e emocional da criança e Winnicott enfatiza mais ainda o relacionamento mãe-bebê, onde ele diz que uma mãe não existe sem o bebê e vice-versa. Portanto, que possamos tirar o melhor proveito de cada um para atendermos com mais facilidade aos evangelizandos.

clip_image003[3]

O ENIGMA DA INFÂNCIA

(O “PUERI MISTERIUM” DESVENDADO)

“Não se conhece a infância: com as idéias falsas que dela temos, quanto mais longe vamos mais nos extraviamos (...). Começai, portanto, estudando melhor vossos alunos, pois muito certamente não os conheceis”. (J.J. Rousseau)

- INFÂNCIA é um estado e período de trânsito entre uma existência e outra de um espírito reencarnado, em situação de repouso espiritual. Manifestando, a criança, aparente inocência, pelo ocultamento relativo das imperfeições oriundas do seu passado anímico, podendo, assim atrair o amor de seus pais e educadores. Ao mesmo tempo, se apresenta maleável ao esforço educativo deles, propiciando, durante todo esse período, a emersão espontânea e gradativa das perfeições já conquistadas em existências pregressas. Assegurando, desse modo, a retomada da evolução espiritual e a conexão entre uma existência e outra.

FUNÇÕES REENCARNATÓRIAS DA CRIANÇA:

1ª Função: Transição (L.E. - Questão 183): “Em toda parte a infância é uma transição necessária ...”

2ª Função: Repouso (L.E. - Questão 382): “ (A infância) é um período de repouso para o espírito.”

3ª Função: Ocultamento (L.E. Questão 385 - p 2 e 4): “Não conheceis o que a inocência das crianças oculta”. “Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência.”

4ª Função: Atratividade (L.E. - Questão 385 p 1º): “Nasce o meigo afeto, a terna benevolência que mesmo os estranhos sentem por uma criança “.

5ª Função: Plasticidade (L.E. - Questão 383): “O Espírito, durante esse período (infantil), é mais acessível às impressões que recebe...”

(E.E. - Cap. VIII, item 4, p3): “Durante o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, (o Espírito da criança) é mais maleável . . .)”

(L.E. - Questão 385 p7): “A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los progredir.”

6ª Função: Emersão (E.E. Cap. 8, item 4 p3): "A partir do nascimento, suas idéias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem”.

CONCLUSÃO: “Assim, portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também conseqüência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo”. (L.E. - Questão 385, p 8)

clip_image003[4]O PLANO DE AULA

Diana Dal Soto

“Para planejar é preciso conhecer e para conhecer é
preciso estudar. O planejamento nos força a concentração e ao
estudo do tema, para podermos aplicar os ensinamentos da
forma adequada ao tema e ao grupo.” (Rita Foelker
)

O plano de aula deve conter alguns elementos importantes tais como:

TEMA:

OBJETIVO:

Bem definido e simples;

Compatível com o desenvolvimento físico e psicológico da criança;

Centrado na criança a fim de construir uma evolução;

METODOLOGIA: (a aula) - estratégias para atingir o objetivo

1) Atividade inicial (problematizadora e motivadora)

Chamar a atenção para o assunto;

Verificar o que sabem ou o que pensam;

Ligar o assunto a situações reais.

2) Desenvolvimento

Estudo mais sistematizado, novos conhecimentos.

3) Atividade final (avaliativa e/ou conclusiva)

Verificar se houve mudança no que sabiam ou pensavam;

Esclarecer o que ainda não está claro.

REFLEXÃO:

É o momento do evangelizador se perguntar:

Como foi o andamento da dinâmica da aula;

Como foram às respostas as problematizações;

Como senti os evangelizandos;

Quais as impressões, limitações e dificuldades encontradas;

Fui claro, criativo, intuitivo, ou confuso, rígido.;

Há necessidade de mudança, em quê? ...

Existem muitas maneiras e particularidades na organização de um plano de aula, estas variam de acordo o com conhecimento que cada um possui e também com a forma que organizar o seu trabalho, o que torna o planejamento bem pessoal. As idéias apresentadas baseiam-se em leituras de referencias, assim como na minha própria experiência como evangelizadora, busquei trazer aqui, como exemplo, aspectos de um planejamento, que considero pontos básicos e fundamentais para se obter sucesso no objetivo de evangelizar. Espero que este breve estudo sobre a aula de evangelização sirva para despertar reflexões e futuros estudos, possibilitando pensar e repensar as aulas de evangelização e assim encontrar novas possibilidades para atuar na nobre tarefa de evangelizar.

Nunca devemos esquecer que tanto o plano de aula como as atividades que são propostas pelo evangelizador só terão resultados positivos com a sua ação. O evangelizador vai orientar, vai facilitar a aprendizagem. Para isso é necessário o amor, à vontade e a consciência da sua tarefa. Antes de cada aula, deve-se tirar um tempo para pensar, pesquisar e planejar o que vai fazer. Levando em conta o conhecimento prévio do grupo de crianças, estabelecer os objetivos para trabalhar determinado tema, pensar em maneiras para atingir os objetivos e organizá-las. O evangelizador “é o condutor do ensino. A ele cabe dirigir, estimular, aplainar dificuldades, levando em conta peculiaridades e possibilidades de cada aluno; é ele o guia na formação da personalidade dos futuros espíritas (Irene de Carvalho Oliveira)”.

Lembre-se de que:

As aulas devem ser simples, de preferência permitindo que as crianças cheguem às conclusões, fazendo-as refletir, questionar, argumentar, participar, decidir...

É importante ter flexibilidade no desenvolvimento das aulas, aproveitando a participação das crianças, mas com cuidado para não perder o objetivo de vista, mesmo que seja necessário adaptar ou modificar o planejamento.

Faça uma reflexão da aula para avaliar o seu próprio desempenho: se você foi claro, criativo, intuitivo, ou confuso, rígido... Soube perceber quando a discussão tomava um rumo interessante e explorá-lo? Houve momentos em que a aula ficou cansativa? Por quê? Houve momentos em que receou se perder do objetivo? Ele foi atingido? Isso ajuda a repensar e aprimorar os novos planejamentos.

A avaliação da aprendizagem é permanente, pelas próprias respostas e atitudes das crianças, não só no presente, mas no futuro. Não se deve esperar resultados imediatos, pois geralmente os resultados se consolidam a médio e longo prazo.

Prepare com antecedência e com cuidado o material para apresentar as crianças, procurando sempre variar e adaptar os materiais, dinâmicas, técnicas ao assunto da aula, assim como ao nível de interesse e desenvolvimento do grupo.

Com um olhar crítico e seletivo podemos utilizar desde as brincadeiras da nossa infância, passando por idéias registradas em livros como também criar ou recriar a partir das idéias que já existem.

Podemos utilizar fantoches, dobraduras, quebra-cabeças, jogo da velha, trilhas, dados, cartazes, tabuleiros, dramatizações, etc. desde que integradas ao objetivo da aula. Sempre cuidando o processo reflexivo e educativo da dinâmica, evitando ficar restrito apenas aos aspectos lúdicos da atividade.

Algumas idéias que podem ser aproveitadas ou adaptadas:

1) PERGUNTAS

Método: Individual, ou em grupo. Perguntas que podem levar para casa ou para responder em aula. Incentivar a pesquisarem em livros, perguntarem aos pais ou trabalhadores da Sociedade.

2) EXPLOSÃO DE IDÉIAS

Método: Todos. Pedir que escrevam em uma folha tudo o que vier na mente (palavras, frases, idéias) sobre determinado assunto ou palavras ditas pelo orientador.

3) DOMINÓ

Método: Grupo. Jogo de dominó com as peças compostas da seguinte forma: 1° parte, pergunta e a segunda parte, resposta da pergunta seguinte- ou – 1° parte, início de uma frase e a 2° parte, o final da frase.

4) RÓTULO

Método: Discussão de um tema (espiritismo, mediunidade, drogas,...). Serão divididos em grupo e cada um receberá um rótulo (mentiroso, verdade, porque, contra). Deverão participar da discussão segundo o seu rótulo.

5) FICHAS

Método: Individual ou em grupo. Fichas contendo perguntas a serem respondidas, ou frases a serem completadas.

6) CENAS DO COTIDIANO

Método: Dividir em três grupos, cada grupo deverá receber uma cópia de uma história sem fim. O grupo A receberá a tarefa de criar a cena e em um determinado momento ficarão todos estáticos (congelar). O grupo B deverá explicar, verbalmente, como será o fim, e o grupo C dirá quais as conseqüências desses atos.

7) CRUZADAS OU COLUNAS

Método: Individual ou em grupo. Construção de jogos tipo cruzadas, caça-palavras, colunas, onde terão que adivinhar/pesquisar as palavras.

8) TEIA DE ARANHA

Método: Todos. Faz-se um círculo, começa-se com um evangelizando, segurando a ponta de um rolo de lã. Ele deverá responder a uma pergunta ou fazer um comentário sobre um assunto e atirar para outro integrante da roda. Da mesma forma, este último deverá responder ou comentar sobre o assunto, segurar o fio de lã e atirar o rolo para outro. E assim sucessivamente, até que todos tenham pegado o fio (comentar que todos estão interligados), para desfazer a teia, inverte-se a seqüência.

9) CEGO

Método: Duplas. Escolher um evangelizando guia e outro, que será o cego. O guia deverá se responsabilizar pelo cego e conduzi-lo pelo ambiente, fazendo-o tocar em alguns objetos. Após um determinado tempo, inverte-se a posição.

10) CORREDOR DE PESSOAS

Método: Fazer duas filas, uma de frente para o outra (com mais ou menos 50 cm de distância uma da outra). Os participantes, um de cada vez, passarão neste corredor, de olhos fechados, sentindo a presença silenciosa dos colegas através do aperto de mão, de um carinho nos cabelos, de um sopro na orelha... É aconselhável que este exercício seja feito ao som de uma música instrumental calma e harmoniosa.

11) VIAGEM

Método: O educador coloca os educandos sentados, formando um círculo, e inicia o jogo dizendo: “eu vou fazer uma viagem e levarei comigo...”. Ele escolhe sempre algo que a segunda pessoa sentada à sua esquerda esteja usando (ex.: lápis, meia de cor tal, saia, óculos, etc.). Em seguida pergunta ao primeiro educando à sua esquerda se ele quer, também, viajar e o que vai levar nessa viagem (ele deve falar algo que o segundo educando à sua esquerda estiver usando), e assim por diante. Se ele errar, o educador diz que ele não poderá viajar. Podem ser feitas várias rodadas, pois o que se deseja é identificar o nível de percepção individual dos educandos. Após o jogo, dialogar sobre os níveis de percepção, a importância do raciocínio e como percebemos os outros.

12) Cartaz

Método: Distribuir papel e lápis para cada participante do grupo, que estará posicionado em um círculo. Cada um deverá fazer um desenho – qualquer desenho – que represente algo de si. Não importa que não saiba desenhar; deve ser bastante espontâneo. Marcar um tempo de dez minutos, para cada um, confeccionar o seu cartaz. Uma vez concluídos os cartazes, casa pessoa deve sair do seu lugar, mostrar o cartaz, de forma visível, aos demais membros do grupo e proceder a sua apresentação, nome e explicação do desenho.

13) HISTÓRIA QUE CONTINUA

Método: Em círculo, sentados no chão, um das crianças começa contar uma história, que deverá ser continuada pelo colega do lado e, assim, sucessivamente.

Referências:

FOELKER, Rita. Planejar é preciso.

FOELKER, Rita. Práticas e teorias.

INCONTRI, Dora. A Educação Segundo o Espiritismo. São Paulo, Comenius, 2000

http://www.cvdee.org.br

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/evangelizacao

clip_image003[5]ALGUNS EQUÍVOCOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EVANGELIZAÇÃO[8]

Jesus, o grande pedagogo, deixou-nos em seus ensinamentos, diretrizes para todas as situações da vida. “Ide e ensinai a todas as gentes”. Com essa mensagem Jesus exorta seus discípulos a pregar e ensinar.

E quando disse: __ “Não se põe a candeia debaixo do alqueire”, Jesus alerta a todos para a responsabilidade na difusão do saber.

Referimo-nos a esses ensinamentos a fim de solicitar aos Evangelizadores a reflexão sobre as responsabilidades dos que se propõe a levar o Evangelho de Jesus aos corações das crianças e jovens.

Em Evangelização Espírita, a prática do amor é a condição primordial para a execução da tarefa e a auto-avaliação evitará que o evangelizador cometa equívocos que prejudiquem o grande alcance desse trabalho.

Registramos alguns equívocos cometidos na prática da evangelização:

a) Com o pretexto de atualizar-se, estudar obras variadas deixando de lado as obras da codificação Espírita.

b) Analisar com seus alunos temas de interesse dos jovens, explorando os aspectos biológicos, psicológicos ou sociais, sem estudá-los à luz da Doutrina Espírita.

c) Acreditar sempre que a ajuda espiritual poderá suprir o planejamento de ensino e a preparação adequada do evangelizador.

d) Expor a Doutrina Espírita de maneira sofisticada e apresentando teorias científicas do mais alto raciocínio, afastando de suas aulas aqueles que possuem menos conhecimento.

e) Esquecer-se de relacionar o conteúdo doutrinário com as experiências de vida de seus alunos.

f) Ausentar-se dos grupos de estudo da Doutrina Espírita, acreditando já possuir conhecimentos suficientes.

g) Desvalorizar as experiências pedagógicas concretas, sem o devido exame, por preconceito ou auto-suficiência.

Lembremo-nos que “do nada, nada se tira”. “Tudo o que germina, germina d’uma semente”. “Não podemos esperar que aflorem na alma da mocidade qualidades nobres e elevadas sem que, previamente, tenhamos feito ali a sua sementeira”.

clip_image003[6]“A sementeira do bem e da verdade, do amor e da justiça nunca se perde. Sua germinação pode ser imediata ou remota, porém jamais falhará”. “A obra da redenção humana é obra de educação”.

A ORIGEM DO TEXTO

Selma Feltrin

O texto tem sua origem na oralidade, por isso, penso que a primeira arte que se deve ensinar as crianças é a leitura oral. Contar e ouvir histórias são ações muito antigas. Mesmo quando não havia escrita, as histórias eram transmitidas oralmente e guardadas na memória das pessoas. As pessoas também faziam desenhos nas paredes das cavernas (rupestres), mostrando seus modos de vida e sua rotina. E é por meio desses desenhos que podemos saber um pouco sobre aquela época.

A escrita surgiu na Mesopotâmia, onde atualmente se localiza o Iraque. Os primeiros textos eram escritos em tabuletas de argila. O papel veio depois.

O surgimento da escrita possibilitou registros mais confiáveis e duradouros. Porém, até o ano de 1542, os livros ainda eram escritos à mão, por pessoas chamadas copistas. Isso os tornava muito caros e disponíveis apenas para um pequeno número de pessoas. Em 1542, na Alemanha, um homem chamado Gutemberg inventou uma máquina que o permitiu a impressão das páginas dos livros, quase como a conhecemos hoje.

A invenção da imprensa permitiu a ampliação do acesso aos livros e a outros materiais impressos. Mais histórias começam a circular e mais idéias se transformam em histórias. A partir de então, a palavra escrita passa a ser patrimônio da cultura letrada.

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A ORALIDADE

Selma Feltrin

O trabalho de leitura oral, sem ter como objetivos o letramento, capacitará a criança a melhor interagir com o seu mundo e com outras leituras. Mais tarde, quando o letramento acontecer, ela aprenderá a ler o mundo que a cerca e a escrever sobre ele.

Após o letramento, a criança que lê e faz (poesia ou prosa), a institui como fato real. Não se trata de criar uma mística de evasão, mas, ao contrário, de suscitar uma aproximação concreta do real cotidiano, da formação de conceitos.

Parte principal deste processo é a palavra, como signo mediador na relação da pessoa com o mundo. É no meio em que vive que a pessoa encontrará os conceitos nomeados por palavras.

É, pois, por palavras que desenvolveremos os nossos processos mentais e canalizamos as nossas ações em busca da solução de um problema a ser enfrentado.

A palavra é, então, um meio eficaz que possibilita (ou impossibilita – dependendo do fim para qual for usada) a reflexão sobre a realidade, desenvolvendo novas formas de atenção, memória, imaginação e ações.

Por fim, espero que essas breves e simplificadas considerações o ajudem a apropriar-se, cada vez mais, das possibilidades de despertar nas crianças o gosto pela leitura (em geral), pela escrita, de forma criativa e inovadora, sem nenhuma pretensão, algumas sugestões exemplificadas possam ser-lhes úteis à adaptação, ao fim principal dessa fala, ou seja, a dinamização do processo de evangelização de nossas crianças na casa espírita.

“É precisamente a atividade criadora do homem que faz dele um ser projetado para o futuro, um ser que contribui para criar e modificar o presente.” VYGOTSKY. La imaginación y el arte em la infancia.

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COMO E POR QUE LER POESIA

Selma Feltrin

A poesia envolve a busca da imaginação – é a jóia da literatura ficcional, por ser tratar de um gênero profético (sentido de dizer algo por inspiração).

Primeiro princípio reativo à leitura de um poema: deve ser minuciosa, pois o verdadeiro critério de identificação de um bom poema é o fato de o mesmo “sobreviver” a uma leitura minuciosa. A exemplo, temos os bons poemas curtos – eles são memoráveis – e essa leitura minuciosa nos leva a um ponto crucial sobre como ler poesias: sempre que possível, devemos memorizá-las. Cuidado do evangelizador para não associar a poesia à rima. Este é um grande erro. Existe poesia com ou sem rima. Além do mais, a poesia (aliás, toda a educação) deve proporcionar prazer e não desconforto, angústia e ansiedade. É o prazer de criar que leva ao progresso das crianças, e não o contrário. E outra, a criança ainda possui vocabulário muito restrito até então, outros nem são alfabetizados. Deve-se cuidar para que a criança não fique debatendo-se por uma palavra que rime.

A antiga prática de memorização, que servia de base à boa pedagogia, foi distorcida por monótonos exercícios de repetição e, consequentemente, abandonada – o que foi um erro. A releitura concentrada e em silêncio, de um breve poema que nos toque, deve ser seguida de recitação para que a própria pessoa, até que se dê a constatação de que os versos estão fixos em sua memória.

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SUGESTÕES COMUNICATIVAS E INTERATIVAS PARA TRABALHAR COM AS CRIANÇAS CONFORME O TEMA E OCASIÃO PLANEJADA.

Selma Feltrin

1. O lugar seguro (para vencer o medo)

Para o primeiro dia de atividade de evangelização do evangelizando à casa:

Peça a todos que se sentem no chão, em uma grande roda.

Dê um bicho de pelúcia para uma das crianças segurar

Faça as seguintes perguntas para aquele que está segurando o bicho de pelúcia:

a. Aqui (a sala de evangelização) é um lugar seguro para este bicho?

b. Onde esse bichinho se sente mais seguro?

Deixe que a criança responda e passe o bichinho para o colega ao lado, repetindo as perguntas até que o bicho volte ao ponto inicial.

Isso serve para que a criança vença o estranhamento e/ou medo (que a mãe não venha buscá-la, vá embora e a deixe, ou medo de não agüentar ficar até o final do período da aula longe da mãe e/ou pai, etc.).

Objetivo: A criança precisa estar psicologicamente bem ao iniciar o processo de evangelização. Assim, essas primeiras atividades podem ser úteis para ensiná-la a lidar com esse medo.

Também essa atividade permite ao evangelizador conhecer melhor o evangelizando e entender os sentimentos dele naquele momento.

Quando a criança fala do ursinho que está segurando, fala de si mesma, porém de forma mais solta, mais segura. E ao falar de seu medo, lida melhor com ele e aprende a vencê-lo. Ao mesmo tempo, dá os primeiros passos na construção de textos...

Ex.: os contos de fadas são importantes instrumentos para se trabalhar os medos infantis.

2. O corpo (higiene, importância, etc.)

Em duplas.

Folhas grandes de papel pardo, por exemplo, pedir a uma das crianças que se deite no chão, sobre o papel e o colega desenhará o contorno de seu corpo com lápis, giz de cera ou pincel. Depois pedir que troquem de lugar.

Daí, surgirão comparações de tamanho, pode-se solicitar que acrescentem detalhes: olhos, boca, etc. Trabalha-se também questões de higiene: importância do banho, escovar os dentes, pentear os cabelos e assim por diante.

Pode-se criar histórias lineares – com relações de ordem: (ou poesias)

Ex.: 1º Saiu da cama, 2º calçou o chinelo,...

Seqüência (antes e depois):

Ex.: O que fez antes de escovar os dentes? O que fez antes de ir ao banheiro?

3. O passeio da vaca

A vaca foi passear

Visitar a comadre cabra

O boi foi trabalhar

A cabra não estava

Tinha saído com o bode

E a vaca ficou brava

Voltou para casa resmungando

E tão brava estava

Que a boca ficou espumando

Discussão:

Em grupo e/ou individual:

A ida do boi para o trabalho se relaciona com o passeio da vaca?

O que provocou o desencontro? O que a vaca poderia ter feito para evitar o incidente?

O que você faz quando está com raiva?

Pedir para que relatem situações em que eles, ou outra pessoa, tenham ficado bravos.

Trabalhar também com fábulas.

clip_image008[5]

ALGUNS SITES QUE TRATAM A TEMÁTICA EVANGELIZAÇÃO COM SERIEDADE

VALE A PENA CONFERIR:

Ø http://www.edicoesgil.com.br/educador/boasvindas.html (página de Rita Foelker, tem bastante material, inclusive quanto a técnicas e preparação de aulas).

Ø http://www.cvdee.org.br/ev_evangelize.asp (Há um menu localizado em cima da página, contendo Histórias, músicas, técnicas, material teórico, etc.).

Ø http://www.searadomestre.com.br/evangelizacao (parte do setor da evangelização do site daquele jornal que todos conhecemos, Seara do Mestre, tem muita coisa boa).

Ø http://www.evangelizar.org.br/

Ø http://www.feesp.com.br/juventude/frm_juventude.htm

Ø http://www.techs.com.br/users/meimei/ (Repleto de histórias e ilustrações).

Ø http://www.ceallankardec.org.br/evangeliza%E7ao.htm (Texto sobre a evangelização).

Ø http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=124500 (Comunidade do orkut, espaço onde os evangelizadores trocam idéias e sugerem blogs, é uma comunidade bastante séria).

Ø http://osemeadorsaiuasemear.spaces.live.com/ (um blog cheio de idéias).

Ø http://www.tialu.blogger.com.br/ (Algumas técnicas são aproveitáveis).

Ø http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/comunicacao/tecnicas-em-dinamica.html

Ø http://www.evangelizacaoglobal.net/

Mensagem de Blandina

Queridos irmãos,

Nos primeiros tempos do Cristianismo, os discípulos de Jesus saiam por todo o Império Romano, até então unificado, na gloriosa tarefa de Evangelização dos povos.

Por sugestão do próprio Senhor, em sonho, a um dos seus seguidores mais fieis, quando lembrou ao mesmo a sublime passagem em que Ele dizia: “deixai vir a mim os pequeninos”, teve início o trabalho de Evangelização da infância e juventude, sob a direção daqueles trabalhadores humildes e fiéis ao programa do Cristo e algumas senhoras simples, mas dedicadas da época.

Desde então, temos meditado no que seria nosso mundo hoje, se os homens tivessem continuado com tão gloriosa tarefa, em toda a sua pureza dos primeiros tempos, não só aos pequeninos, mas também aos jovens e adultos de todas as épocas.

Todos nós, irmãos queridos, temos sentido, de um modo ou de outro, o doce convite do Senhor: “deixai vir a mim os pequeninos”

Nunca foi tão necessária e urgente a tarefa de Evangelização, principalmente nos dias que correm em que tão grandes transformações ocorrem por toda parte e que trabalhadores sinceros e leais do Cristo renascem com grandiosas tarefas a cumprir na reestruturação da vida em todo o Planeta.

Nestes dias em que o homem é chamado a escolhas íntimas e mudanças profundas, onde muitos oscilam e titubeiam na luta entre a luz e as trevas íntimas, nunca foi tão grave e tão decisiva para nosso futuro as nossas decisões, as nossas escolhas, as nossas ações do presente.

Somente a Evangelização, em seu profundo significado de transformação interior, de educação íntima, de esclarecimento e iluminação da alma, pode fortalecer as almas vacilantes, as “criancinhas” espirituais que somos todos e também fortalecer e despertar, o mais cedo possível, os trabalhadores do Cristo que aí já estão em grande número, como simples crianças, na grandiosa tarefa de reestruturação da vida planetária em sua essência mais íntima.

Por isso, desejamos que este ano que se inicia seja dos mais profícuos nesta tarefa sempre sublime de Evangelização da criança, do jovem, do adulto e de todos nós, Espíritos imortais, filhos de Deus que somos, caminhando rumo aos Novos Tempos de um porvir de glórias que aguarda a todos nós, os que, decididamente combatem o “bom combate” com o Cristo e para o Cristo de Deus.

Da serva humilde do Senhor que também vos acompanha nesta tarefa tão grandiosa.

Blandina

(Mensagem recebida em 02 de janeiro de 2006, em reunião na sede do Instituto de Difusão Espírita – médium: W.O.Alves - Araras-SP-Brasil)


[1] Editorial da Revista Reformador, n. 124, novembro de 2006.

[2] Apresentação em Power Point, obtida por download do site da Federação Espírita Brasileira.

[3] Apresentação em Power Point, disponível no site da Federação Espírita Brasileira

[4] Do livro: ROCHA, C. Pelos caminhos da evangelização. Rio de Janeiro: FEB, 2006.

[5] Trecho do texto “Organização e funcionamento do DIJ” – Documento da FEB.

[6] Texto publicado na Revista A Reencarnação, nº 427.

[7] *Artigo publicado na revista Reformador, novembro de 2006, n.124

[8] Material disponível no site da Federação Espírita Brasileira

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